quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Ampliando a Visão...

Olá querido amigo, irmão e colega de peleja nos campos do Senhor

De 27 a 29 de novembro realizamos mais uma viagem de pesquisa do Projeto Fronteiras. Desta vez fomos até o médio Solimões e visitamos os municípios de Alvarães, Tefé, Fonte Boa, Maraã e Uarini. Fomos em 4 pesquisadores: eu (Márcio Rempel), Pastor Zedenias (Assembléia de Deus do Amazonas) missionários Ademir e Márcio Schmidel (Missão AMEM / WEC Brasil). Tivemos ótimas entrevistas com os pastores daqueles municípios e pudemos levantar informações importantes sobre o evangelho pelo interior dos municípios daquela região. É uma região bastante carente e as pessoas que moram pelo interior, nas comunidades ribeirinhas e indígenas passam bastante necessidade. O trabalho missionário é bem complicado, pois as igrejas são bem pobres e quase nenhuma igreja tem meio de transporte (barco) para visitar as comunidades no interior. Os municípios tem territórios extensos, sendo alguns deles maiores do que alguns estados brasileiros. Deste modo, algumas vezes, comunidades estão a 3 dias de viagem de barco da sede do município. Na maioria destes municípios as oportunidades de trabalho são bastante escassas e muita gente depende dos programas do governo e de empregos nas prefeituras. Outros são comerciantes ou prestadores de serviço ou vivem por subsistência na agricultura familiar. Não há indústrias ou empresas que produzem bens de consumo. O custo de vida nestes lugares é muito alto, tudo custo o dobro do que em Manaus e as pessoas tem renda muito baixa. A internet ainda é um sonho, pois as vezes tem de "1G" (e a gente que reclama do 3G na cidade grande).

Ainda não compilamos as informações coletadas sobre a quantidade de comunidades não alcançadas ainda naquela área. Esperamos que até final de janeiro possamos montar o mapeamento disto naquela região. Acredito que cerca de 60% das comunidades, em média, ainda não tem presença evangélica ou acesso as Boas Novas.

Contudo, nas conversas e entrevistas percebi a grande carência que há na formação e capacitação de obreiros locais. Nas comunidades onde há igrejas ou presença evangélica e há um obreiro ou dirigente local da pequena congregação, a grande maioria são leigos na Palavra de Deus. Este cenário não é muito diferente no restante do Amazonas. Há um clamor por capacitação de obreiros por parte das lideranças. Várias das igrejas, denominações e missões encontram dificuldades neste aspecto, pois há um dilema: Se enviar um crente vocacionado para Manaus, a fim de fazer um Seminário de 2 a 4 anos, ele dificilmente retornará ao campo missionário de onde saiu do interior, pois sabe o quanto a vida lá é difícil e há oportunidades melhores nos grandes centros, como Manaus. Outro aspecto é o sustento deste candidato ou seminarista, que a igreja do interior não tem como arcar. Por outro lado, pegar um jovem missionário que cresceu na cidade e levar ele para viver num interior tão isolado como o que visitamos é praticamente impossível hoje em dia. A geração atual de missionários é bastante voltada para as suas próprias condições de vida e trabalho, bem como tendem a se comprometer por um período de tempo menor (2 a 5 anos) como missionários de campo, diferente de pioneiros mais antigos que não mediam o sacrifício para levar o evangelho aos não alcançados pelo resto de suas vidas. Nosso paradigma hoje é outro e precisamos encontrar uma maneira de resolver essa equação complicada.

Dentro deste cenário, já existem várias organizações que tem por visão e proposta levar a capacitação de obreiros para o interior, treinando obreiros locais, ou seja, ribeirinhos que se converteram e demonstram liderança e vocação para ensinar e propagar o evangelho em sua própria região, no interior do Amazonas. A metodologia adotada geralmente é por módulos de 3 a 7 dias por semestre em localidades estratégicas para reunir um grupo de alunos razoável no interior da Amazônia. Apesar de não ser tão difícil recrutar professores que se disponham a ir por alguns dias por ano ao interior ministrarem aulas, a logística para levar eles para lugares tão distantes e isolados ainda é complicada. As vezes, 3 a 5 dias de viagem de barco para ir e outros 3 a 5 para voltar, pode tornar o projeto difícil de ser executado, pois a disponibilidade de professores diminui bastante e eles acabam gastando mais tempo no deslocamento do que nas aulas. Por outro lado, os altos custos da aviação missionária também tornam esse modal inviável. Apesar de provavelmente estarmos mais próximos de conseguirmos resolver essa equação, por enquanto, a logística parece ser a maior barreira a ser transposta para que a capacitação bíblica e missionária possa chegar a tantos lugares no interior da selva que poderiam ser alcançados pelo próprios indígenas ou ribeirinhos, se tivessem a oportunidade de ser capacitados em seu próprio contexto.

Em vista disto, eu passei a sonhar e orar por um milagre para solucionar em definitivo essa situação. O milagre é a um fundo de custeio para cobrir todas as despesas de transporte destes professores e pastores pelo interior da Amazônia. Certamente é um milagre de milhares de reais para cobrir as despesas integralmente, de modo que esses diversos programas de capacitação possam ser executados em dezenas de localidades pelo interior da amazônia simultaneamente e por longo prazo. Acredito que o impacto de uma ação como esta transformaria radicalmente a penetração de obreiros ribeirinhos entre os próprios ribeirinhos, e o mesmo com os indígenas.

Jesus nos deixou uma única tarefa como igreja: Fazer discípulos entre todas as nações. Há muitas tarefas que a igreja também faz que, em tese, qualquer um poderia fazer, principalmente se pensarmos em programas de saúde e assistência social. Essas coisas são importantes, pois as pessoas precisam de cuidado integral. Jesus cuidou das pessoas sempre de forma integral, vendo o ser humano como um todo e cuidando dele assim (corpo, alma e espírito) No entanto, a tarefa maior, de FAZER DISCÍPULOS, apenas e exclusivamente a igreja pode fazer. Nenhum governo ou organização (ONG) pode fazê-lo. Portanto, acredito do fundo do meu coração, que nossos esforços maiores precisam ser direcionados para a capacitação de obreiros pelos interiores mais isolados do Brasil, pois assim a igreja florescerá e certamente alcançará todo o interior da Amazônia ainda em nossa geração. Programas sociais e de saúde integral podem ser agregados e virem com propostas complementares e como estratégia de alcance de algumas regiões específicas e totalmente desasistidas. Mas essas ações sempre são esporádicas e pontuais. A presença de um obreiro capacitado numa comunidade é regular e o testemunho e pregação dele entre os demais é quase diária, portanto, seu impacto é muito maior na expansão do Reino de Deus, mesmo a curto prazo.

Quero convidá-lo a orar e sonhar junto comigo por este milagre, pois o que é impossível para nós, é simples para Deus. Acredito que esse sonho é do Senhor, pois o único beneficiado disto é o Reino de Deus e a Sua Glória será vista entre todos os povos pelo interior da selva amazônica. Eu já vi o Senhor suprindo recursos para Sua obra muitas vezes, e creio que Ele pode fazê-lo novamente se o povo de Deus orar. Quando Jesus pediu pela obra missionária, ele pediu para orarmos por ceifeiros pois a seara já estava madura para ser colhida. O problema da obra missionária não é a seara e nem o campo, mas a falta de obreiros, de trabalhadores. E se Jesus nos pediu para orarmos por isso, precisamos fazê-lo. Jesus também disse que se orarmos no nome dEle, ele nos atenderia para cumprirmos a vontade DEle. Levar a capacitação de obreiros para o interior da selva amazônica é, com absoluta certeza, vontade de Deus, portanto, eu creio que Ele poderá atender essa oração, de modo que todas as necessidades para este projeto sejam supridas por Ele.


Juntos na causa do MESTRE

-- 
Márcio Rempel
marciorempel@gmail.com
Asas de Socorro - Manaus
Projeto Fronteiras

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